jeudi 11 juin 2015

UNITA defende inquérito a confrontos mortais com seita no Huambo


Lusa

A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) louvou hoje a posição assumida pelas Nações Unidas ao pedirem um inquérito independente às mortes de fiéis de uma seita e polícias, registadas na província angolana do Huambo.



A posição foi manifestada em conferência de imprensa pelo líder da bancada parlamentar da UNITA, Raul Danda, num balanço do recente périplo pelos Estados Unidos, Portugal, Espanha, Bélgica e França, utilizado para exortar a comunidade internacional a apoiar a iniciativa das Nações Unidas, para "apurar a verdade dos factos".

O Governo angolano já recusou a realização deste inquérito, por entender tratar-se de uma ingerência e porque o caso está em investigação.

Em causa está a morte de 13 civis, fiéis da igreja "A Luz do Mundo", e de nove polícias, ao entrarem em confronto, a 16 de abril, na captura do líder daquela seita ilegal, caso que foi abordado nos vários encontros da delegação do maior partido da oposição angolana, que denunciou anteriormente a existência de 1.080 mortos, acusação negada pelo Governo.

"Dissemos não acreditar numa pseudo-investigação realizada pelo Procurador-Geral da República, que é membro do MPLA (partido no poder), que foi nomeado pelo Presidente (José) Eduardo dos Santos e que segue estritamente as suas ordens, para além de nem acreditarmos que tal investigação alguma vez tivesse iniciado", referiu Raul Danda.

Acrescentou que o pedido de inquérito parlamentar solicitado à Assembleia Nacional pela bancada parlamentar da UNITA "jaz ainda hoje numa gaveta qualquer", quando "devia ter merecido tratamento imediato".

Nos países visitados, de acordo com Raul Danda, a delegação mostrou que "Angola é um verdadeiro barril de pólvora que pode explodir a qualquer momento, e que se isso não aconteceu até agora é porque a UNITA tem estado a jogar um papel de contenção".

"Falámos da instabilidade dos processos eleitorais em Angola, onde, para cada eleição, há uma nova lei do registo eleitoral, um novo registo eleitoral e uma nova lei eleitoral", sublinhou.

Na sua passagem por Portugal, a delegação trabalhou com o Conselho Português para os Refugiados, onde deixou uma mensagem para o Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, o Ministério dos Negócios Estrangeiros, a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), os grupos parlamentares do PS, PSD e CDS-PP, bem como a com a Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas.

"Com o grupo parlamentar do PS, a delegação parlamentar da UNITA iniciou contactos que irão culminar, brevemente, numa parceria entre os dois grupos parlamentares em vários domínios de cooperação", frisou.


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