mercredi 24 juin 2015

A Pilhagem de Angola - Observador




Um jornalista do Financial Times investigou a corrupção instalada nas capitais africanas, com Luanda em grande destaque. Aqui está o capítulo dedicado a Angola.

 Quando o FMI examinou as contas nacionais de Angola, em 2011, descobriu que entre 2007 e 2010 desapareceram 32 mil milhões de dólares, uma soma maior do que o PIB de 43 dos países africanos. A maior parte do dinheiro em falta podia ser imputada a despesas não registadas da Sonangol; 4,2 mil milhões ficaram completamente por justificar.​


 Um político veterano do Futungo que se desentendeu com Kopelipa disse‐me que, se chegasse o dia da queda de Kopelipa, «as pessoas na rua irão desmembrá-lo pelo que ele fez no passado». Como chefe do departamento militar da presidência, alguns até se atrevem a chamar‐lhe «o chefe do boss».

 Muito do financiamento é feito sob a forma de crédito da China garantido pelo petróleo e muito desse crédito é controlado por um departamento especial que o general Kopelipa dirige há anos. «O país está a ficar com nova cara», diz Elias Isaac, um dos ativistas de Angola na luta contra a corrupção. «Mas será que está a ficar com uma nova alma?»

Calcula‐se que três em cada quatro habitantes de Luanda vivam em bairros de lata conhecidos como musseques. Embora as condições nalguns, como a construção precária em cima de lixeiras, sejam dramáticas, Chicala e outros musseques centrais têm as suas vantagens. O trabalho, formal ou informal, está à mão, nas zonas comerciais de Luanda.

 «O dinheiro deles não está na realidade em Angola. Negoceiam com os bancos em Portugal, no Reino Unido, no Brasil, nos Estados Unidos. A única explicação que conseguimos encontrar é que eles têm a bênção da comunidade internacional.»


http://observador.pt/especiais/a-pilhagem-de-africa-com-angola-em-destaque/

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