jeudi 23 avril 2015

UNITA nega envolvimento em confrontos entre seita e polícia angolana

Lusa 20 de Abril de 2015, às 09:29

A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) nega qualquer envolvimento no confronto entre seguidores de uma seita religiosa ilegal e a polícia nacional angolana que terminou com a morte, no Huambo, de nove agentes.


A posição foi assumida pela direção do maior partido da oposição angolana num comunicado enviado hoje à agência Lusa, depois de divulgadas imagens de material de propaganda da UNITA no acampamento da igreja "Sétimo Dia a Luz do Mundo" e face a acusações de dirigentes políticos sobre envolvimento.

No mesmo comunicado, a direção do partido liderado por Isaías Samakuva manifesta "revolta pelas tentativas de envolvimento do nome da UNITA numa situação que nada tem a ver com ela", considerando "irresponsáveis, descontextualizadas e imbuídas de má-fé" declarações nesse sentido de elementos do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), no poder, sobre os acontecimentos.

O incidente aconteceu durante a tarde de quinta-feira, em Serra Sumé, a 25 quilómetros da Caála, tendo os agentes, na versão policial, sido surpreendidos por elementos da referida seita, conhecida por queimar livros, travar a escolarização e vacinação dos fiéis, concentrando-os em acampamentos sem condições e reunindo centenas de pessoas.

Os nove agentes mortos integravam um forte grupo policial que tentava então capturar o líder daquela seita, também após confrontos na província de Benguela que terminaram na morte de outro agente da Polícia Nacional.

No local da concentração desta seita, em São Pedro Sumé, estariam mais de 2.000 fiéis, segundo relatos locais, que apontam igualmente para mortos entre os seguidores, na sequência da intervenção da troca de tiros, informação não confirmada pela polícia.

No sábado, e embora sem concretizar a acusação, o MPLA afirmou que "estes atos bárbaros" foram concretizados "com armas de fogo" que "ilegalmente" estavam na posse de pessoas que "pretendem alterar a ordem pública em Angola".

"Os dados até agora recolhidos permitem facilmente concluir que por detrás destes factos estão outras forças, que pretendem criar condições para um retorno a situações de perturbação generalizada, que não poderão ser toleradas", lê-se num comunicado do bureau político do Comité Central do MPLA enviado à Lusa, em Luanda.

Criticando o "repugnante ato" ocorrido no Huambo, a direção do partido do 'Galo Negro' acusa o MPLA de "por tudo e por nada procurar culpar a UNITA".
"Qualquer acontecimento negativo é culpa da UNITA. O que pretende afinal o MPLA? Para onde o MPLA pretende conduzir o País? Quem foi que promoveu, promove e consente o surgimento dos milhares de seitas que pululam pelo país", questiona o partido.

O líder da seita, Julino Kalupeteca, de 52 anos, já foi detido pela Polícia Nacional.

Além do Huambo e do Bié, esta seita tem atividades conhecidas - ilegais por não estar reconhecida - nas províncias do Cuanza Sul, Cuando Cubango e Benguela, multiplicando-se nos últimos dias os confrontos com as autoridades e com a população.

PVJ // JPS

Lusa/Fim

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